Bora Ser

Liberdade e autenticidade nas ruas em “Bora Ser”

“Bora Ser”, da Pineapple, transforma vivências urbanas e periféricas em uma celebração da liberdade e da autenticidade, sem recorrer a idealizações. O verso “Eu vou mudar o mundo antes que o mundo me mude” mostra uma postura de resistência e protagonismo diante das dificuldades, destacando o orgulho de uma identidade construída na luta e na realidade da favela. A expressão “facção verde, verde, verde feito erva” faz referência tanto à cultura do rap e ao consumo de maconha quanto à força coletiva e à resiliência do grupo. Críticas sociais aparecem de forma direta, como em “Enquanto o que sai da boca do presidente sempre fede”, evidenciando o descontentamento com a política e a marginalização dos moradores da periferia.

O refrão “Bora ser, bora ser / Livres sem clichê” resume o convite à autenticidade e à busca por uma vida sem amarras, valorizando conexões verdadeiras, prazer e liberdade. Metáforas como “Ela pelada é tipo um gol de Marta assistido por Messi” unem humor, sensualidade e referências culturais para exaltar o desejo e a admiração. Já versos como “A maior riqueza é se sentir vivo” reforçam a importância de valorizar o presente e as pequenas conquistas. O tom direto e descontraído se mantém até nas passagens mais românticas ou sensuais, sempre com um olhar realista e urbano, como em “Camelô com isopor nas costas, na praia / Sagaz nas resposta, não sou da sua laia”. No geral, a música celebra a liberdade de ser quem se é, a força das origens e a importância de viver intensamente, mesmo diante das dificuldades.