Inválida
Pirigulino Babilake
Te vi ali, cega
Sangrando os meus olhos
Salgando a minha carne
Ardendo em minha alma
Tomando-me aos goles
Como se cada gemido
Brotasse embebido
Em uma saliva morna
Mordendo minhas dobras
Dobrando meus urros
Nadando em sussuros
Me deixando inválida
Pálida e descompassada
Pulsando em soluços
Agarrando-me os pulsos
Invadindo-me em chamas
Inundando minha cama
Meu cabelo, minhas costas
E afogando quase louca
Minha boca sem respostas
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