Beijo

Desejo e vulnerabilidade em "Beijo" de Piruka

A música "Beijo" de Piruka aborda o conflito entre o desejo intenso e a busca por estabilidade emocional em meio à vida de fama. No verso “Serei sempre o poeta vadio / Que viu em ti o pouso para assentar”, Piruka se apresenta como alguém inquieto, mas que encontra na relação um raro refúgio. Essa dualidade também aparece na imagem da “morena de cigarro na boca / Corpo despido, pele arrepiada”, onde sensualidade e vulnerabilidade se misturam, reforçando o contraste entre paixão e inocência.

A letra explora sentimentos de nostalgia e contradição, especialmente ao lembrar momentos íntimos e ao reconhecer que “a tua verdade é mentira”. Isso sugere uma relação marcada por dúvidas e ilusões, mas também por uma conexão profunda, evidenciada pelo desejo de compartilhar o silêncio e a simplicidade de um beijo. O trecho “A minha vida é holofotes e flash / Falam que é o preço da fama” destaca o desafio de conciliar a exposição pública com a intimidade. As referências às tentações e à efemeridade dos encontros reforçam a ideia de que, apesar das oportunidades, nenhuma experiência se compara à intensidade vivida com essa pessoa específica. O refrão, ao desejar apenas um beijo “na sua mais pura inocência”, resume o anseio por algo genuíno em meio ao caos e às incertezas do cotidiano.