Não Se Passa Nada

Superação e maturidade em "Não Se Passa Nada" de Piruka

Em "Não Se Passa Nada", Piruka aborda o fim de um relacionamento com uma postura de aceitação e maturidade. A repetição do verso “Não se passa nada” funciona como uma tentativa de normalizar a situação, mesmo diante de lembranças intensas. O artista transmite tranquilidade, mas deixa transparecer uma nostalgia discreta, especialmente ao dizer “o que eu vivi contigo está numa caixa fechada”. Essa imagem da caixa sugere que as memórias estão guardadas, mas não mais acessadas, reforçando o processo de superação e distanciamento emocional.

A letra é direta e reflexiva, mostrando que o narrador encara o término sem exageros ou dramatização. Ele reconhece tanto os momentos bons, como em “noites em branco, sabiam a pouco” e “dois putos malucos, no quarto a dar show”, quanto os conflitos que levaram ao fim, como em “muito grito e pouco sexo, nunca deu pra mim”. Piruka destaca que as memórias vão sendo apagadas com o tempo, reforçando a ideia de que, apesar da saudade, ele mantém a consciência tranquila e não se prende ao passado. A música equilibra nostalgia e maturidade, mostrando que é possível seguir em frente sem negar o que foi vivido.