Memórias (Ao Vivo)

Conflitos internos e amadurecimento em “Memórias (Ao Vivo)”

Em “Memórias (Ao Vivo)”, Pitty explora o amadurecimento pessoal por meio da desconstrução de antigas referências. O verso “matar os meus heróis aos poucos” mostra como a protagonista deixa para trás ídolos e crenças do passado, não por simples rebeldia, mas como parte de um processo de busca por autonomia e identidade. Esse rompimento, porém, traz sentimentos de desilusão e solidão, reforçados pelo cenário do videoclipe, que mostra a banda em um cemitério e sessões espíritas, simbolizando o confronto com memórias e fantasmas internos.

A repetição de “Memórias não são só memórias, são fantasmas que me sopram aos ouvidos” evidencia que as lembranças continuam presentes, influenciando o presente e dificultando o esquecimento de experiências dolorosas, como em “coisas que eu nem quero saber”. O tom introspectivo da música se intensifica com a frase “eu sou uma contradição”, revelando conflitos internos e a dificuldade de entender as próprias atitudes. Apesar disso, há uma tentativa de superação, expressa em “eu dou sempre o melhor de mim”, mas o peso do passado permanece, tornando o processo de autodescoberta constante e, muitas vezes, doloroso.