Flores

A Dualidade da Dor e da Beleza em 'Flores' de Pitty

A música 'Flores' de Pitty é uma obra que explora a complexidade das emoções humanas, especialmente a dor e a beleza, através de metáforas poderosas e imagens vívidas. A letra começa com a imagem de alguém olhando no espelho até ficar cansado, um reflexo de introspecção e exaustão emocional. A repetição de 'flores' ao longo da música simboliza tanto a beleza quanto a fragilidade da vida, enquanto a menção de 'punhos e pulsos cortados' sugere uma luta interna profunda e possivelmente pensamentos de autodestruição.

A dualidade entre a dor e a cura é um tema central na música. A frase 'A dor vai curar essas lástimas' sugere que a dor, embora intensa, tem o potencial de levar à cura e ao crescimento. No entanto, a linha 'As flores têm cheiro de morte' contrasta com essa ideia, indicando que a beleza pode estar intimamente ligada à mortalidade e à tristeza. A repetição de 'As flores de plástico não morrem' no refrão serve como uma metáfora para a artificialidade e a permanência, em contraste com a natureza efêmera das flores reais e, por extensão, da vida e das emoções humanas.

Pitty, conhecida por suas letras introspectivas e muitas vezes sombrias, utiliza 'Flores' para abordar temas de dor, cura e a busca por significado em meio ao sofrimento. A música é um lembrete de que, embora a dor seja uma parte inevitável da experiência humana, ela também pode ser uma fonte de beleza e transformação. A presença constante das flores, tanto reais quanto de plástico, simboliza essa dualidade e a complexidade das emoções que todos nós enfrentamos.