No Escuro

Liberdade e autenticidade na escuridão em “No Escuro”

Em “No Escuro”, Pitty transforma a escuridão, normalmente vista como símbolo de medo ou incerteza, em um espaço de liberdade e autenticidade. O verso “Quando tá escuro, eu enxergo melhor” desafia a ideia comum de que a luz traz clareza, mostrando que, para a artista, é no escuro que ela se sente mais à vontade e verdadeira. Pitty já explicou em entrevistas que, na ausência de luz, as pessoas deixam de ser julgadas pela aparência e passam a se conectar por outros sentidos e pelas palavras, como reforçado em “Quando tá escuro, só valem as palavras”.

A letra também apresenta a noite como um momento de refúgio, onde Pitty pode se expressar plenamente: “É onde eu abro as minhas asas, onde eu me sinto em casa”. O desejo de esperar o dia inteiro pela chegada da noite mostra que a escuridão é um ambiente seguro, livre de julgamentos superficiais, como em “Ninguém repara minhas meias”. A sonoridade pesada da música, inspirada em “Polly” do Nirvana, contribui para a atmosfera introspectiva, reforçando a sensação de pertencimento e liberdade que Pitty encontra no escuro, longe das pressões do cotidiano.