Temporal

Reflexão sobre tempo e mudança em “Temporal” de Pitty

Em “Temporal”, Pitty utiliza a imagem de uma tempestade repentina para falar sobre a natureza passageira dos sentimentos e das relações. A música sugere que, mesmo aquilo que parece permanente, pode mudar de forma inesperada. A inspiração veio de um conto de Edgar Allan Poe sobre a possibilidade de parar o tempo, o que se reflete no verso “Quero uma fermata que possa fazer agora o tempo me obedecer”. Aqui, “fermata” é um termo musical que indica uma pausa prolongada, simbolizando o desejo de interromper o ritmo acelerado da vida para entender melhor as próprias emoções e buscar autoconhecimento.

A letra também aborda a transformação pessoal diante do tempo. Isso fica evidente quando a narradora diz: “Eu vi meu rosto e já não reconheci”, mostrando como o tempo e as experiências mudam a percepção de si mesma. O refrão “Eu deixo os medos e as armas pra trás” representa a decisão de abandonar antigas defesas e inseguranças, aceitando as mudanças e se permitindo viver novas fases. A sonoridade mais suave da música, em contraste com outras faixas do álbum, reforça o clima introspectivo e sensível dessa reflexão sobre o tempo, a mudança e o amadurecimento.