Redimir

A Jornada de Autoperdão em 'Redimir' de Pitty

A música 'Redimir' de Pitty é uma profunda reflexão sobre a busca pelo autoperdão e a superação de traumas pessoais. A letra é carregada de metáforas e simbolismos que retratam uma jornada de sofrimento e redenção. Desde o início, a repetição dos versos 'Se era pra sangrar, já sangrei / Se era pra perder, já perdi / Se era pra chorar, já chorei' enfatiza a exaustão emocional e física da narradora, que já passou por todas as formas de dor e perda possíveis.

A imagem do 'chicote em minhas mãos / O chicote em minhas costas' sugere uma auto-punição, uma via-crúcis autoimposta, onde a narradora se coloca como sua própria carrasca. Essa auto-inquisição é uma metáfora poderosa para a culpa e a autocrítica, onde ela se vê como seu próprio general, impondo a si mesma um regime de sofrimento. A expressão 'Mea culpa' reforça essa ideia de culpa internalizada, sem encontrar uma saída irônica ou leve para essa situação.

No entanto, a música também aponta para um desejo de libertação e renovação. A menção ao 'desalento' que faz até a razão suplicar e a necessidade de 'alforria' indicam um ponto de virada, um clamor por um novo tempo que traga alegria e leveza. A repetição constante da pergunta 'O que mais falta pra me redimir?' sugere uma busca incessante por respostas e uma esperança de que, após tanto sofrimento, a redenção e a paz interior sejam finalmente alcançadas.