Não Compre, Plante!

Crítica social e resistência em “Não Compre, Plante!” do Planet Hemp

A música “Não Compre, Plante!” do Planet Hemp vai além de um simples incentivo ao autocultivo da maconha. Ela faz uma crítica direta à hipocrisia do sistema que criminaliza o usuário, mas lucra com a ilegalidade e perpetua a violência. O refrão “Jardineiro não é traficante... Não compre, plante!” resume a ideia central: cultivar para consumo próprio é uma forma de resistência e de romper com a lógica do tráfico, que, segundo a letra, “mata por dia mais ou menos uns seis” e alimenta uma engrenagem de opressão e corrupção envolvendo policiais, políticos e militares. A música destaca que esses grupos são os verdadeiros beneficiários do sistema proibicionista, mas “nunca foram presos”.

A letra adota um tom direto e crítico, confrontando tanto a repressão policial quanto o preconceito social e a desinformação. Ao dizer “Você já pensou que o problema pode ser você? Falando sem se informar, você vai se fuder”, a banda desafia o senso comum e expõe a falta de debate honesto sobre a legalização. O trecho “Já chega de financiar essa máquina extorsiva, de um lado o miserável, de outro o policial homicida” reforça a crítica à guerra às drogas, tema recorrente nas apresentações ao vivo do grupo. A música também defende a liberdade individual e de expressão, questionando a seletividade da justiça e a manipulação midiática, enquanto propõe o plantio como alternativa concreta e pacífica ao consumo atrelado ao tráfico. Assim, “Não Compre, Plante!” se firma como um manifesto político e social, defendendo autonomia, informação e uma mudança de paradigma na política de drogas brasileira.