What da Fuk [explicit]

Poder, provocação e identidade em “What da Fuk [explicit]”

“What da Fuk [explicit]” é o cartão de visita de PLUTO (Rap) no drill e, ao mesmo tempo, uma afirmação de identidade e do controle da própria narrativa. A violência vira metáfora de poder em versos como “this Drac’ my mic” (este Drac é meu microfone) e “strapped up like a dyke” (armada como uma “dyke” — termo pejorativo para lésbica), igualando arma e voz para marcar presença. Lançada em 24 de abril de 2025 e creditada com participação de Nicki Minaj no Bandcamp da Bxbii Records, a versão transcrita aqui traz apenas PLUTO no comando, que segura a postura intimidante sozinha.

O enredo é confronto, cobrança e retaliação: “Go get some get back” (vai buscar vingança) e “all on the net” (só fala na internet) miram rivais que bancam o papel online. O vocabulário é típico do drill: “switches” (dispositivos ilegais que tornam pistolas automáticas), “Drac’” (Draco/AK curta), “come spin” (vem dar o giro para atacar) e “za/zaza” (maconha potente). A narrativa mistura ostentação e transação — “Send a Zelle or bring the cash” (manda via Zelle ou traz dinheiro vivo) e “get you some racks” (arruma uma grana alta) —, sexo e luxo — “shakin’ ass all in yacht” (rebolando no iate) —, além de humilhação de rivais — “puttin’ belt to ass” (batendo de cinto). Há um recado direto sobre identidade e respeito: “Yeah, I’m just a girl but I ain’t no bitch / Misgender me, I’m bangin’ hard” (sou só uma garota, mas não sou “bitch” / errou meu gênero, eu vou pra cima sem hesitar). Os trocadilhos ampliam a persona invencível: “give ’em ten” (dar dez tiros ou “sentenciar” por conta própria), “got some tens with me… we twenty deep” (tô com umas nota 10 comigo… somos vinte), “still ain’t got Lulu on this butt (lululemon)” (ainda não tem Lulu [Lululemon] nessa bunda) e “I’m 5'4… strapped” (tenho 1,63 m… armada). Com linguagem crua, humor ácido e resposta rápida, PLUTO crava presença no drill de 2025.