4AM no Rio

Noite carioca sem filtros em “4AM no Rio” de Plutónio

Em “4AM no Rio”, Plutónio adota um tom autoconfiante e irônico logo no início, como mostra o verso “Melhor que eu, se tiver um, é 31 de fevereiro”. Ao usar uma data impossível, ele reforça a ideia de que ninguém o supera. A música mergulha no clima intenso e perigoso da madrugada carioca, misturando ostentação, festas, álcool e situações de risco real, como quando cita “armas de verdade como o ouro verdadeiro” e menciona o corre nos morros do Vidigal e da Mangueira. Esses elementos refletem a experiência do artista durante sua viagem ao Brasil, mostrando tanto o fascínio quanto a tensão de viver a noite no Rio de Janeiro.

A letra traz imagens de bebida, drogas e dinheiro fácil, como em “Bebo caipirinha, ela fumou um inteiro / Imagina o que ela faz por um pouco de dinheiro”, expondo o lado hedonista e, ao mesmo tempo, crítico da música. Plutónio sugere a busca por prazer, mas também destaca a realidade dura de quem faz de tudo para sobreviver. O uso de duplos sentidos aparece em versos como “Dama quer brincar com o pau porque o pai é carpinteiro”, misturando humor sexual e referência à profissão. Apesar de reconhecer o perigo e a malandragem do ambiente, o artista mostra que não perde a fé: “Nunca tô sozinho, sei que Deus é companheiro”. Assim, “4AM no Rio” oferece um retrato direto e sem romantização da experiência de um estrangeiro na noite carioca, equilibrando tensão, crítica social e vontade de aproveitar cada momento.