Ain't How It Ends

Tradição e ruptura no country em “Ain't How It Ends”

Em “Ain't How It Ends”, Post Malone explora as convenções do country ao mesmo tempo em que as questiona. Ele faz referência direta a ícones do gênero, como Waylon Jennings, Willie Nelson, George Jones, Keith Whitley, Hank Williams, Johnny Cash, George Strait e Ronnie Dunn, para mostrar que existe uma tradição consolidada sobre como histórias de amor costumam terminar nessas músicas: a mulher vai embora, o homem afoga as mágoas no bar e não há reconciliação. Essa estrutura é quase uma regra não escrita do country, e Post Malone brinca com essa expectativa ao longo da faixa.

A letra revela o desejo de reatar, mas também o conflito interno do artista, que sente que um final feliz seria quase uma traição ao estilo. Em versos como “Baby, I could put the bottle down / You could say you wanna come back home” (Querida, eu poderia largar a bebida / Você poderia dizer que quer voltar pra casa), ele imagina uma reconciliação, mas logo lembra: “No comin' back 'cause, baby / That ain't how it ends in a country song” (Não tem volta porque, querida / Não é assim que termina numa música country). A imagem de “taillights that don't turn around” (lanternas traseiras que não voltam) reforça a ideia de partida definitiva, típica das baladas country dos anos 90, que inspiraram a música. Assim, Post Malone presta homenagem ao gênero, mas também sugere, de forma sutil, que talvez seja hora de repensar essas regras tradicionais.