Pro Que Der e Vier

Resiliência e sonhos em "Pro Que Der e Vier" do PrimeiraMente

A música "Pro Que Der e Vier", do PrimeiraMente, expressa uma postura resiliente diante das dificuldades enfrentadas nas periferias urbanas. O título resume o espírito da letra, que alterna entre momentos de aspiração e a dureza do cotidiano, mostrando que a superação é um processo cheio de obstáculos e pequenas conquistas. Versos como “Montaram armadilha, arapucas do porco / Sufoco, céloko eu saí vivo” ilustram os desafios diários impostos pelo sistema e pela polícia, enquanto a sobrevivência é celebrada como uma vitória.

A canção também destaca o contraste entre o desejo de uma vida melhor e a realidade difícil. Trechos como “uma praia abandonada cabana beira mar” e “progresso pra minha mãe ter o barraco que ela quis” representam sonhos de estabilidade e conforto, em oposição a situações como “É um pega, e do outro lado pegaram o maluco e o pai” e “Blackout a mando, é o comando mostrando a lei”, que evidenciam a violência e o controle nas comunidades. O uso de gírias e expressões urbanas reforça a autenticidade do relato, enquanto frases como “Eu não aturo autoridade quando não me autoriza” mostram resistência ao abuso de poder. Apesar das adversidades, a esperança se mantém viva, como em “Esperança brota, coesa, e as carta na mesa / Vo vivendo e vejo como é”, revelando a força de quem, mesmo à margem, segue lutando por dias melhores.