Campeão Dos Piores (part. Simone Mendes)

Força e limite em “Campeão dos Piores (part. Simone Mendes)”

“Pode até ser o lixo dos lixos, só não vai ser você” abre a faixa com deboche calculado: não é medo de ficar só, é romper o ciclo de desrespeito. A história é de término com desabafo — quem “já sorri/já chorei” topou o risco do amor, mas cansou de “passar pano/até o pano rasgar”. O ex vira “o topo dos tops/o campeão dos piores”, ironia que rebaixa quem mentiu, e a decisão é definitiva: “só não vai ser você”. O encontro de Priscila Senna com Simone Mendes dá força de hino a esse limite. Gravada no 15 Anos – TBT da Musa, no Marco Zero, diante de 30 mil pessoas, a música recebeu a intensidade que a própria Priscila disse que a obra pedia — e que Simone entrega com precisão, unindo brega-sertanejo ao arrocha/brega da trajetória de Priscila.

As expressões populares deixam o recado direto. “Passar pano” expõe a conivência com as mentiras; “o pano rasgou” marca o limite. “Quero ser uma cachorra se eu beijar sua boca outra vez” funciona como bronca em si mesma, um alerta contra recaída, não uma sexualização. “Lixo dos lixos” é hipérbole para selar o corte: qualquer coisa é melhor do que repetir o erro. Já “pode me fazer suar ou me fazer beber” admite intensidade (pista, farra, sexo), mas dentro da linha do respeito. No conjunto, “Campeão dos Piores (part. Simone Mendes)” vira recado curto e direto de superação, com humor ácido e a potência de um dueto feito para virar catarse coletiva no palco do TBT da Musa, que celebrou a diversidade musical de Priscila Senna.