30 e Tal

Maturidade e crítica social em “30 e Tal” de Prodigio

A música “30 e Tal”, de Prodigio, aborda de forma direta o conflito entre amadurecimento e as expectativas sociais, especialmente a pressão para que adultos mantenham comportamentos imaturos. No refrão, o artista afirma: “Querem que eu seja um puto de 30 e tal / Mas quem brinca aos 30, é um puto que brinca mal”, criticando a tendência de prolongar a adolescência e a falta de responsabilidade em uma fase da vida em que se espera maturidade. Prodigio questiona a superficialidade e a indecisão de muitos adultos, sugerindo que brincar com a vida aos 30 anos é sinal de desorientação, não de liberdade.

A letra também traz uma análise social e histórica, abordando temas como racismo, desigualdade e manipulação política. Ao dizer “o mundo cospe no prato e depois come o cuspe” e “o mesmo mundo que não gosta e põe like”, Prodigio critica a hipocrisia e a incoerência das atitudes coletivas, principalmente nas redes sociais. Referências ao apartheid, genocídio e à omissão da história africana reforçam o tom crítico, mostrando indignação com a forma como o sofrimento de certos povos é ignorado ou distorcido. O verso “Ninguém tinha o dever de contar a nossa história / Mas ninguém tinha o direito de apagar a nossa história” destaca a importância da memória e da identidade cultural. A relação familiar, especialmente com a mãe, aparece como um pilar emocional, trazendo esperança de mudança para as próximas gerações. A música equilibra crítica social com um apelo afetivo, transmitindo desilusão, resistência e desejo de transformação.