A Vida É Uma Bitch (part. Yeezyuri)

Reflexão social e resiliência em “A Vida É Uma Bitch”

A música “A Vida É Uma Bitch (part. Yeezyuri)” de Prodigio utiliza uma expressão marcante do hip-hop para abordar, de forma direta, as dificuldades do cotidiano, especialmente em ambientes periféricos. O termo “bitch” aplicado à vida traz um duplo sentido: denuncia a dureza e imprevisibilidade da existência, mas também sugere a urgência de aproveitar cada momento, já que a vida é curta. Essa ambiguidade aparece em versos como “Minha velha vive cansada, porque ela luta / Mato os pensamentos suicidas, porque ela escuta”, destacando o papel do apoio familiar diante das adversidades.

A letra segue a tradição do rap ao denunciar injustiças sociais, como o racismo institucional e a desigualdade no sistema de justiça: “Juíza deu dois anos no cota e o cota estupra / Juíza deu dez anos no puto, que apenas furta / (Detalhe claro que o puto é black my nigga escuta)”. Prodigio evidencia como a cor da pele e a origem social influenciam o tratamento das autoridades, ampliando o sentido de que a vida é injusta para muitos. A crítica ao governo e à falta de oportunidades – “O governo culpa a malta do bairro, joga-se a culpa / O mesmo governo que nos enraba, sem kamasutra” – reforça o tom realista e crítico da faixa.

Apesar do cenário difícil, a música traz uma mensagem de resiliência e autenticidade: “Mais importante que a reputação, é a conduta / O que a pessoa pensa que és, não é sempre a tua culpa”. O refrão reforça a ideia de não esperar justiça da vida, mas sim vivê-la intensamente. Assim, “A Vida É Uma Bitch” se destaca como um retrato honesto das lutas diárias, equilibrando denúncia social, reflexão pessoal e incentivo à superação.