Afrika (part. Domingos Moniz)

Legado, resistência e orgulho em "Afrika (part. Domingos Moniz)"

A participação de Domingos Moniz, pai de Prodigio, em "Afrika (part. Domingos Moniz)" reforça o sentimento de ancestralidade e continuidade familiar, mostrando que a luta pela identidade africana é passada de geração em geração. Logo no início, o conselho “para estarmos à favor da nossa causa não precisamos de estar contra os outros” destaca a importância de afirmar o orgulho africano sem antagonismo, defendendo uma postura de resistência e dignidade, não de hostilidade.

A letra aborda de forma direta o racismo estrutural e a violência contra negros, como na homenagem a Bruno Candé, vítima de crime racial em Portugal. Ao dizer “Todo preto é um Bruno Candê”, Prodigio mostra que o racismo é uma experiência coletiva, compartilhada por toda a comunidade negra. O questionamento “Dizem para esquecer a escravatura, porque que não esquecemos o holocausto” denuncia a seletividade da sociedade ao lidar com traumas históricos, exigindo respeito e reconhecimento pela história africana. A crítica ao uso do cristianismo e do capitalismo como ferramentas de opressão amplia a análise sobre as estruturas que mantêm a desigualdade. Versos como “Como que eu respiro com o teu joelho no pescoço?” fazem referência à brutalidade policial, conectando a luta africana à diáspora global.

O refrão, com “É preciso aprender a dizer que somos África”, é um chamado à autoafirmação e valorização das raízes. A produção familiar, com o irmão Nilton Moniz e o pai Domingos Moniz, e o lançamento em datas simbólicas, tornam a música um manifesto pessoal e coletivo. "Afrika" é um apelo por respeito, memória e união, lembrando que “todo ser humano é africano”.