Olhos Azuis

Homenagem paterna e empatia em “Olhos Azuis” de Prodigio

Em “Olhos Azuis”, Prodigio faz uma homenagem direta ao seu pai, Domingos Moniz, usando a expressão "olhos azuis" como uma metáfora para a forma pura, empática e generosa com que ele enxerga o mundo. A música não fala sobre a cor dos olhos do pai, mas sobre sua capacidade de perdoar, amar e acolher, mesmo diante de situações difíceis. Isso fica claro em versos como: “os teus filhos te tiraram da tua própria casa / E ainda assim tu amas, perdoas, abraças”, onde Prodigio destaca a força do perdão paterno, algo que ele próprio admite não conseguir replicar, mostrando admiração e reverência.

O refrão, com o desejo de “ver o mundo através dos teus olhos azuis”, revela a vontade do artista de herdar as qualidades do pai, reconhecendo que essas virtudes são raras e difíceis de alcançar. Prodigio admite que herdou traços físicos e algumas atitudes, mas não a essência do coração do pai: “Sim eu tenho a tua cara, mas não tenho o teu peito / Não tenho o teu coração, cota eu sou imperfeito”. O tom íntimo se intensifica no final, quando ele agradece ao pai por permitir que ele fosse autêntico e por compreendê-lo, mesmo nas diferenças. Ao brincar sobre não ter herdado os “olhos azuis”, Prodigio reforça o carinho e a sinceridade da homenagem, tornando a música um tributo sensível à figura paterna e à busca por uma visão de mundo mais humana.