The Way It Ends

Ceticismo e ação em “The Way It Ends”, da Prototype

“The Way It Ends”, do Prototype, confronta certezas grandiloquentes — religiosas e seculares — sobre “como tudo termina”, expondo-as como encenação social: “People play this great charade” (As pessoas participam dessa grande encenação). Em vez de negar o medo, a letra o reconhece e responsabiliza nossa complacência: “Fear is real / But not self-taught / You let others / Be the cause” (O medo é real / Mas não se aprende sozinho / Você deixa outros / Serem a causa). O alvo são discursos proféticos e dogmáticos: “Never fall for prophecies” (Nunca caia em profecias) e “You write the book / On the way it all ends” (Você escreve o livro / Sobre como tudo termina). A “fortaleza” resume o enclausuramento ideológico: “A fortress you’ve built” (Uma fortaleza que você construiu). Como antídoto, a canção valoriza a dúvida e critica o orgulho que ergue fronteiras: “Remember the doubt / By which I now stand” (Lembre-se da dúvida / pela qual agora me mantenho de pé) e “You draw the line / And stick to your pride” (Você traça a linha / E se agarra ao seu orgulho). O refrão aponta para clareza e evolução: “There we go racing towards the sun” (Lá vamos nós correndo em direção ao sol) e para uma ética humana, não celestial: “Striving for the grace of man” (Buscando a graça humana).

Há um chamado à ação concreta: “Tear down those mighty walls / Reinvent the way you talk” (Derrube essas muralhas poderosas / Reinvente a maneira como você fala). E o foco deve ser lúcido, sem fugas milagrosas: “Look ahead / Not down below / Or high above / Where angels flow” (Olhe adiante / Não para baixo / Nem para o alto / onde os anjos circulam). “Profecias” abrange tanto presságios religiosos de fim dos tempos quanto narrativas deterministas do presente (políticas, conspiratórias, tecnocráticas) que estimulam obediência e descontentamento — em todos os casos, a banda defende o questionamento. Como faixa de abertura de Continuum, a música estabelece esse programa de ceticismo ativo para o álbum; sua presença em Guitar Hero III ampliou essa postura crítica para um público mais amplo.