Xenhenhém

Regionalismo e irreverência em “Xenhenhém” de Psirico

“Xenhenhém”, do Psirico, se destaca por usar o regionalismo nordestino de forma leve e divertida, criando um duplo sentido que mistura festa e sensualidade. O termo “xenhenhém”, que no Nordeste pode se referir tanto à vulva quanto ao ato sexual, aparece na letra como o auge da diversão, sugerindo que a noite só está completa quando termina em conquista e prazer. A música nunca é explícita demais, o que contribui para o clima descontraído e festivo típico do Carnaval baiano.

A narrativa gira em torno de uma noite de festa que só acaba quando “a cachaça termina, quando o DJ vai embora, quando eu arrasto uma mina e depois, xenhenhém”. Esse trecho reforça a ideia de aproveitar ao máximo, seja bebendo, dançando ou buscando um romance passageiro. O refrão “E depois, xenhenhém” funciona como uma punchline, deixando subentendido o que acontece após a diversão e convidando todos a entrarem no clima de celebração. Expressões como “vem minha galera, minha moçada, minha turma, meu povão” aproximam o público e reforçam o espírito coletivo das festas populares.

A música também faz referência à moda “arrochaneja”, misturando elementos do pagode baiano com o sertanejo, mostrando a versatilidade do Psirico em dialogar com diferentes estilos e públicos. O sucesso de “Xenhenhém” no Carnaval de 2015 se deve justamente a essa combinação de irreverência, regionalismo e apelo popular, tornando a canção um símbolo de celebração, liberdade e prazer sem culpa.