Fight the power

Desconstrução cultural e resistência em “Fight the power”

“Fight the power”, do Public Enemy, é uma música marcada pela crítica direta a ícones culturais brancos, como Elvis Presley e John Wayne. Ao dizer “Elvis was a hero to most / But he never meant ---- to me you see / Straight up racist that sucker was / Simple and plain / Mother---- him and John Wayne” (“Elvis foi um herói para a maioria / Mas ele nunca significou nada para mim, veja / Aquele cara era racista, simples assim / Que se dane ele e John Wayne”), Chuck D questiona a idolatria dessas figuras, que, segundo a letra, simbolizam exclusão e racismo para muitos afro-americanos. Essa abordagem provocativa gerou debates sobre racismo e representação na mídia, destacando a importância de revisitar narrativas históricas sob uma nova perspectiva.

Composta para o filme “Do the Right Thing”, de Spike Lee, a música funciona como um chamado à resistência coletiva diante da opressão, especialmente no contexto das tensões raciais do Brooklyn. O refrão “We got to fight the powers that be” (“Precisamos lutar contra os poderes que existem”) resume a mensagem central: a necessidade de enfrentar estruturas de poder que negam direitos à comunidade negra. A letra destaca a importância da consciência social (“What we need is awareness, we can't get careless” – “O que precisamos é de consciência, não podemos ser descuidados”) e incentiva a mobilização. Samples de James Brown e referências à cultura afro-americana reforçam o orgulho negro, enquanto a produção intensa do The Bomb Squad transmite a urgência do protesto. “Fight the power” se consolidou como um hino de resistência, inspirando orgulho, coragem e ação coletiva contra injustiças históricas.