Quem Me Dera Houvesse Trem

A Nostalgia e a Melancolia em 'Quem Me Dera Houvesse Trem' dos Pullovers

A música 'Quem Me Dera Houvesse Trem' da banda Pullovers é uma reflexão poética sobre a saudade, a passagem do tempo e a melancolia das despedidas. A letra expressa um desejo profundo de partir, mas também de prolongar a viagem, talvez como uma forma de adiar o inevitável adeus. A metáfora do trem é central na canção, simbolizando tanto a jornada física quanto emocional, e a coragem necessária para enfrentar as mudanças e as perdas.

A repetição da frase 'Quem me dera houvesse trem' reforça o anseio por um meio de transporte que permita uma viagem mais longa e, por extensão, uma experiência de vida mais rica e intensa. A chuva que 'cai, vem e vai' é uma imagem poderosa que sugere a impermanência das coisas e das pessoas, molhando aqueles que foram deixados para trás. A letra também aborda a transformação pessoal, com o eu-lírico reconhecendo que já não é mais o mesmo rapaz de tempos atrás, refletindo sobre a inevitabilidade do crescimento e da mudança.

A música também toca na solidão e na falta de despedidas formais, com a linha 'Ninguém diz tchau na janela' evocando uma sensação de abandono e de relações interrompidas. A combinação de elementos naturais como 'mato, pedra, boi' com a ausência de um trem real cria um cenário de desolação e saudade. A tristeza e a beleza são amplificadas pela ausência do trem, que poderia ter sido um elo entre o passado e o presente, entre o eu-lírico e aqueles que ele deixou para trás.