Agro É Pop

Crítica social e ambiental em “Agro É Pop” da Punkzilla!

A música “Agro É Pop”, da Punkzilla!, faz uma crítica direta ao agronegócio brasileiro ao subverter o famoso slogan publicitário do setor. A banda utiliza frases como “O agro é pop, o agro é uma droga, o agro vai destruir você” para ironizar a imagem positiva promovida pela propaganda, mostrando o contraste entre o discurso oficial e a realidade enfrentada por comunidades afetadas. A menção ao “glifosato” liga a letra à discussão sobre o uso de agrotóxicos, destacando problemas de saúde pública, como câncer e má formação, e reforçando a preocupação com o impacto ambiental do agronegócio. Trechos como “devastação do mundo com tração quatro por quatro” e a referência à destruição de biomas como Amazônia, Cerrado, Pampa e Pantanal evidenciam a crítica ao desmatamento e à degradação ambiental.

Além do aspecto ambiental, a música aborda as consequências sociais do modelo agroexportador. Em versos como “Fantasias de cowboy, indígenas mataram / Arma na cintura não é só para ameaçar / Mais uma matança de pobre vai começar”, a banda denuncia a violência contra povos indígenas e pequenos agricultores, vítimas frequentes de conflitos fundiários. O trecho “quando o agricultor assina o contrato / Na mão do capital, para sempre endividado” expõe a dependência e o endividamento dos pequenos produtores diante das grandes corporações. Ao criticar a substituição de culturas tradicionais por commodities como soja e milho, a Punkzilla! questiona a priorização do lucro em detrimento da segurança alimentar e da diversidade agrícola. Dessa forma, “Agro É Pop” se apresenta como um manifesto punk, alinhado à postura contestadora da banda, e propõe uma reflexão sobre os reais impactos do agronegócio no Brasil.