White Queen (As It Began)

Melancolia e idealização em "White Queen (As It Began)"

"White Queen (As It Began)", do Queen, explora a melancolia de um amor platônico vivido por Brian May durante a faculdade. A letra reflete esse sentimento de desejo não correspondido, especialmente nos versos “So sad her eyes / Smiling dark eyes / So sad her eyes / As it began” (Tão tristes seus olhos / Olhos escuros sorrindo / Tão tristes seus olhos / Como começou), que mostram o fascínio e a distância emocional entre o eu lírico e a mulher idealizada. A repetição do olhar triste e a dificuldade de comunicação — “Needing, unheard / Pleading, one word / So sad my eyes / She cannot see” (Necessitando, não ouvida / Implorando, uma palavra / Tão tristes meus olhos / Ela não pode ver) — reforçam a sensação de impotência e timidez diante desse amor silencioso.

A canção também traz referências ao livro "The White Goddess", de Robert Graves, ao retratar a figura feminina como uma entidade quase mítica, ligada à natureza e à pureza, como em “The mother of the willow green” (A mãe do verde do salgueiro) e “Stars of lovingness in her hair” (Estrelas de afeto em seu cabelo). Essa idealização transforma a White Queen em uma deusa inalcançável, misturando elementos medievais e shakespearianos, especialmente na linha final “So sad it ends / As it began” (Tão triste termina / Como começou), que remete ao ciclo trágico de amores impossíveis, como em "Romeu e Julieta". O timbre da guitarra, que lembra um sitar, reforça a atmosfera etérea e distante, criando uma sensação de sonho e irrealidade. No fim, a música expressa resignação e aceitação diante da impossibilidade desse amor, encerrando-se com um adeus silencioso e carregado de saudade.