I Don't Believe In Love

Desencanto e trauma em "I Don't Believe In Love" do Queensrÿche

Em "I Don't Believe In Love", do Queensrÿche, a descrença no amor do protagonista Nikki não é apenas frieza, mas consequência direta de uma experiência traumática. No contexto do álbum "Operation: Mindcrime", Nikki é acusado injustamente de um crime e perde Mary, sua amante e ex-freira, de forma brutal. Mary simbolizava para ele uma chance de redenção e afeto, o que torna sua morte ainda mais devastadora. O trecho “She said she'd meet me on the other side / But I knew right then, I'd never find her” (Ela disse que me encontraria do outro lado / Mas eu soube naquele momento que nunca a encontraria) mostra como a promessa de reencontro é anulada pela certeza da perda, aprofundando o sentimento de abandono.

A letra traz um tom cético e resignado, especialmente em versos como “I don't believe in love / I never have, I never will” (Eu não acredito no amor / Nunca acreditei, nunca vou acreditar) e “It's never worth the pain that you feel” (Nunca vale a dor que você sente). Para Nikki, o amor se transforma em sinônimo de sofrimento, e ele tenta se proteger ao afirmar que vai “just pretend she never was real” (apenas fingir que ela nunca foi real). Apesar disso, ele admite a dificuldade de esquecer Mary: “I need to forget her face, I see it still” (Preciso esquecer o rosto dela, ainda o vejo). O refrão repetitivo reforça essa tentativa de autoconvencimento, enquanto a narrativa mostra como a perda e a injustiça podem destruir a fé em sentimentos verdadeiros, deixando Nikki amargo e incapaz de confiar novamente.