o tempo nas minhas mãos

Crescimento e amadurecimento em "o tempo nas minhas mãos"

“o tempo nas minhas mãos”, da banda Quem É Você, Alice?, aborda de forma direta a sensação de perder o controle sobre o tempo e sobre si mesmo, especialmente na transição da adolescência para a vida adulta. O verso “Agora o tempo já não cabe nas minhas mãos” resume esse sentimento, mostrando a dificuldade de lidar com as mudanças e incertezas típicas dessa fase. A escolha de uma sonoridade sóbria, com influências de shoegaze e post-hardcore, reforça o clima introspectivo e melancólico da música, refletindo também o amadurecimento da banda após um período turbulento, marcado pela saída polêmica de uma integrante.

A letra traz à tona sentimentos de nostalgia e desorientação, como em “Não sinto mais / Como eu sentia a uns anos”, que evidencia o distanciamento emocional e a perda de referências do passado. O trecho “E você era minha sombra” sugere que uma relação importante ficou para trás, tornando-se apenas uma lembrança. Metáforas como “o vento me sufoca pelo chão / Querendo que eu feche minhas asas” representam a pressão do mundo adulto, que limita sonhos e liberdade. Já “Vou abraçar meus erros” mostra uma aceitação madura das próprias falhas. Assim, a música constrói um retrato honesto do crescimento, marcado por dúvidas, saudade e a necessidade de se reinventar diante das adversidades.