se eu ver meu fim (agosto)

Solidão e amadurecimento em "se eu ver meu fim (agosto)"

"se eu ver meu fim (agosto)", da banda Quem É Você, Alice?, aborda o sentimento de inadequação diante do amadurecimento. O narrador reconhece que já não tem mais idade "pra não saber dizer as coisas que eu sinto", mostrando uma autocrítica e o peso do arrependimento por não conseguir se expressar. Esse tema se conecta ao álbum "Nem Tudo é Sobre Amor", no qual a banda explora as dificuldades emocionais da juventude urbana.

O clima frio de agosto e detalhes do cotidiano, como "o Sol ainda toca minha janela" e "rimas idiotas entre linhas tortas", reforçam a solidão e a saudade, usando imagens simples para transmitir o vazio e a ausência. A frase "ainda sou jovem e complicado" aparece como um mantra, expressando tanto autodefesa quanto resignação diante da complexidade emocional típica da juventude, um tema recorrente no estilo emo da banda. O verso "Se eu ver meu fim no banco de trás de algum carro, às três da manhã, deitar no asfalto" sugere uma reflexão sobre a mortalidade e o risco, mas também pode ser entendido como uma metáfora para momentos de vulnerabilidade extrema. O arrependimento explícito em "eu sei já tarde pra dizer que eu me arrependo" reforça o tom melancólico, enquanto a recusa em pedir pena mostra a tentativa de manter a dignidade mesmo no sofrimento. Assim, a música constrói um retrato honesto das dores e contradições de quem busca se entender em meio à solidão e escolhas difíceis.