GRAN VÍA (part. Aitana)

Segredo e desejo urbano em “GRAN VÍA (part. Aitana)” de Quevedo

“GRAN VÍA (part. Aitana)”, de Quevedo, transforma a famosa avenida de Madri em palco para um romance secreto, onde o mistério e a adrenalina do proibido são centrais. A letra destaca o esforço dos personagens em esconder o relacionamento, inclusive trocando nomes no celular, o que reforça o clima de conspiração e desejo. O envolvimento é claramente físico, como fica explícito em “A mí tu corazón no me lo des, ey, porque esto no es amor, es solo sex, yeh” (Não me dê seu coração, porque isso não é amor, é só sexo). Essa honestidade direta é uma marca do estilo urbano de Quevedo, que se mistura ao pop eletrônico de Aitana, criando uma atmosfera noturna e moderna, refletida também no videoclipe gravado na madrugada da Gran Vía.

A tensão do segredo aparece em versos como “¿por qué tanto misterio?” (por que tanto mistério?) e “nadie puede saber lo que esta noche hagamos los dos” (ninguém pode saber o que nós dois fizermos esta noite), mostrando que o segredo é parte do fascínio. A música explora a dualidade entre o desejo de repetir a experiência e a recusa em se envolver emocionalmente, como em “Sorry, bebé, pero no creo en amores, no” (Desculpa, bebê, mas não acredito em amores, não). Expressões como “me tienes bellaco” (você me deixa excitado) e referências à cultura pop urbana, como “Esa gata es una gyal, bichigyal, como Bad Bo” (Essa garota é uma gyal, bichigyal, como Bad Bo), reforçam o tom descontraído e atual. No fim, “GRAN VÍA” fala sobre viver o momento com intensidade, aproveitando o anonimato da noite madrilena para experimentar o que é proibido ou inesperado.