KASSANDRA

Solidão e autossuficiência em "KASSANDRA" de Quevedo

Em "KASSANDRA", Quevedo explora a solidão que persiste mesmo em meio ao luxo e à multidão. O verso “Acompañada siempre, pero siempre sola” (“Sempre acompanhada, mas sempre sozinha”) resume bem essa dualidade: a protagonista está cercada de pessoas, festas e glamour, mas sente um vazio interno. O contexto de sua criação artística — filha de um roteirista de Hollywood e de uma bailarina do Balé de Moscou — reforça sua familiaridade com o universo das celebridades, ao mesmo tempo em que sugere a pressão e o isolamento que esse ambiente pode trazer, onde as aparências frequentemente escondem sentimentos verdadeiros.

A relação entre a protagonista e o narrador evidencia o contraste entre dois mundos. Enquanto ela cresceu nesse ambiente de luxo, ele se sente deslocado, como mostra o verso “Tú creciste en este ambiente, pa' mí todo es tan nuevo” (“Você cresceu nesse ambiente, para mim tudo é tão novo”). Apesar das diferenças, ambos compartilham a sensação de não pertencimento e tristeza. O final da música marca uma mudança importante: após o encontro, a protagonista aprende a valorizar sua própria companhia, deixando de buscar validação em festas e status social. O verso “Ahora está sola siempre, pero se basta sola” (“Agora está sempre sozinha, mas se basta sozinha”) mostra esse amadurecimento, em que a solidão se transforma em uma escolha consciente de autossuficiência e paz.