Ruina (part. Xiyo, Fernandezz y Yung Beef)

Contrastes e excessos em "Ruina (part. Fernandezz, Yung Beef y Xiyo)"

"Ruina (part. Fernandezz, Yung Beef y Xiyo)", de Quevedo, explora o contraste entre ostentação e vazio emocional em uma relação intensa e proibida. A letra destaca o uso de marcas de luxo, como “Victoria y Carolina”, “Carolina Herrera” e “L'Amour, Roberto Piquera'”, não só como símbolos de status, mas também como tentativas de preencher carências afetivas e conquistar alguém que desafia as expectativas familiares e sociais. O verso “Es una ruina na' má' que tu padre ya no me quiera” (“É só uma ruína que seu pai já não me queira”) evidencia o conflito com a família da parceira, reforçando o tema da rebeldia e do desprezo pelas consequências, algo comum no trap espanhol e intensificado pela participação de Yung Beef, conhecido por sua postura provocadora.

A música mistura desejo, ostentação e perigo, trazendo referências a uma vida de excessos e ilegalidades, como em “voy con traquetos que llevan tola y cadena'” (“ando com caras perigosos que carregam arma e correntes”) e “empresario' y traficantes, uh, qué gánster” (“empresários e traficantes, que gângster”). O duplo sentido aparece tanto na linguagem sexual explícita quanto na ideia de “ruína”: o narrador se sente arruinado financeiramente e emocionalmente, mas também se entrega ao prazer e à adrenalina de viver no limite. O refrão reforça a incerteza e intensidade do relacionamento, mostrando que, apesar dos riscos e da desaprovação dos pais, a atração e o desejo prevalecem. A colaboração entre artistas de diferentes universos (mainstream e underground) reforça a proposta de mistura e transgressão, tanto na sonoridade quanto na mensagem da música.