Tabuleiro (part. Don L, Nessa e Rincon Sapiência)

Autenticidade e ancestralidade em “Tabuleiro” de Rachel Reis

“Tabuleiro (part. Don L, Nessa e Rincon Sapiência)”, de Rachel Reis, aborda a busca pela autenticidade em um ambiente musical e social marcado por superficialidade e padrões impostos. O verso “Quem precisa de panela quando se tem tabuleiro quente” faz referência à cultura baiana, onde o tabuleiro simboliza tradição, ancestralidade e resistência, especialmente nas mãos das baianas de acarajé. Essa imagem reforça a ideia de que a força e a identidade vêm das próprias raízes, dispensando a necessidade de se encaixar em grupos fechados ou "panelas". A repetição de “ser genuína comigo, verdadeira comigo” destaca o compromisso com a própria essência e a recusa em se moldar às expectativas externas.

A participação de Don L, Nêssa e Rincon Sapiência amplia o debate sobre resistência cultural e autenticidade, trazendo diferentes olhares sobre o enfrentamento das “baboseiras” e das “máquinas fazendo farsas” – uma crítica à artificialidade, à busca por fama fácil e à cultura dos algoritmos. O trecho “Eles manipulam algoritmos / Hits do verão, hits que vão, os meus hits ficam” contrapõe o efêmero ao duradouro, valorizando a arte verdadeira e a conexão real com o público. Já “Minha levada baila merengue e salsa / Humildade falsa sandália nem me causa” celebra a mistura de ritmos e a rejeição à hipocrisia, mostrando a diversidade e autenticidade como marcas centrais da identidade artística e pessoal. Assim, “Tabuleiro” se firma como um manifesto sobre ser fiel a si mesmo, celebrando a força de quem floresce a partir das próprias raízes, independentemente das tendências passageiras.