Karma Police

Crítica à autoridade e alienação em “Karma Police”

"Karma Police", do Radiohead, nasceu de uma piada interna da banda sobre a ideia de uma "polícia do karma", mas rapidamente se transformou em uma crítica direta ao poder e à vigilância no ambiente de trabalho. Thom Yorke usa ironia para atacar figuras de autoridade, como chefes e gerentes, especialmente nos versos: “Karma police, arrest this man / He talks in maths / He buzzes like a fridge / He's like a detuned radio” (Karma police, prenda esse homem / Ele fala em matemática / Ele zune como uma geladeira / Ele é como um rádio desafinado). Aqui, a letra ridiculariza pessoas vistas como frias e mecânicas, sugerindo que comportamentos opressivos merecem punição não pela justiça tradicional, mas por uma espécie de retribuição cósmica.

O refrão repetido, “This is what you'll get when you mess with us” (É isso que você recebe quando mexe conosco), reforça o tom ameaçador e irônico, como se a música zombasse da ideia de uma justiça inevitável para quem desafia o grupo ou a ordem. Já o trecho “I've given all I can / But we're still on the payroll” (Dei tudo o que pude / Mas ainda estamos na folha de pagamento) expressa a sensação de impotência diante de um sistema corporativo que nunca se satisfaz, mesmo quando o indivíduo já está esgotado. O final, com “For a minute there, I lost myself” (Por um momento, eu me perdi), mostra o impacto psicológico de viver sob constante pressão e julgamento. Assim, "Karma Police" se destaca como uma crítica ácida à desumanização e à busca por justiça em ambientes opressivos.