The Gloaming

Transição sombria e crítica social em “The Gloaming”

O título “The Gloaming” já indica o clima da música: um momento de transição entre luz e escuridão, marcado por incerteza e tensão. O termo remete ao entardecer, quando a claridade desaparece e forças obscuras começam a dominar. Logo no início, o verso “Genie, let out of the bottle / It is now the witching hour” (Gênio, solto da garrafa / Agora é a hora das bruxas) sugere que algo perigoso e incontrolável foi liberado, como se a humanidade tivesse desencadeado consequências irreversíveis. Essa ideia ganha força com o contexto dado por Thom Yorke, que relaciona a letra a políticos desumanizados e a uma “escuridão doentia”, mostrando que as ameaças não são apenas sobrenaturais, mas também sociais e políticas.

A repetição de “when the walls bend / with your breathing” (quando as paredes se curvam / com sua respiração) transmite uma sensação de claustrofobia e ansiedade, como se o ambiente estivesse se fechando e sufocando o indivíduo. Isso reforça a atmosfera opressiva descrita por Yorke, em que não há como bloquear a escuridão. O trecho “They will suck you down to the other side / To the shadows blue and red” (Eles vão te puxar para o outro lado / Para as sombras azul e vermelha) sugere uma travessia para um lugar desconhecido e ameaçador, com as cores azul e vermelha podendo simbolizar luzes de emergência ou divisões políticas. O alerta dos “alarm bells” (sinos de alarme) que “should be ringing” (deveriam estar tocando) indica que há sinais claros de perigo, mas que podem estar sendo ignorados. Ao afirmar “This is the gloaming” (Este é o crepúsculo), a música encerra reafirmando que estamos presos nesse limiar sombrio, onde o perigo é iminente e a saída parece incerta.