Bijuteria / Ausência / Esqueci

Desilusões e ironia em "Bijuteria / Ausência / Esqueci"

O medley "Bijuteria / Ausência / Esqueci", de Rafael Quadros, apresenta uma narrativa sobre o fim de um relacionamento, marcada por desilusão, ressentimento e ironia. Na primeira parte, "Bijuteria", a metáfora da "pedra falsa" é usada para mostrar a superficialidade do amor vivido. O verso “Eu pensei que era uma joia rara / Era bijuteria” evidencia que o sentimento do narrador era verdadeiro, mas a reciprocidade era apenas aparente. Essa autocrítica revela não só a decepção com o outro, mas também consigo mesmo por ter acreditado nas aparências.

Em "Ausência", a perspectiva muda: o narrador afirma que sua ausência será sentida profundamente pela outra pessoa, como em “Se eu te deixo, sei que vai morrer / Sem mim, não tem mais uma noite...”. O tom é de autovalorização, mostrando que, apesar do sofrimento, ele reconhece seu próprio valor e o impacto que teve na vida do outro. Já em "Esqueci", a ironia predomina. O narrador finge ter esquecido detalhes íntimos da relação, mas a lista detalhada desses aspectos mostra o contrário. O verso final, “Esqueci de te dizer que este pranto nos meus olhos / É que o meu time perdeu, e por isso, então, eu choro”, reforça a ironia ao esconder a tristeza real sob um motivo trivial. O medley, assim, constrói um retrato sincero de um amor que deixou marcas profundas, mas que precisa ser superado para que o narrador siga em frente.