People Of The Sun

Resistência indígena e latino-americana em “People Of The Sun”

“People Of The Sun”, do Rage Against The Machine, destaca-se por conectar lutas históricas de povos indígenas e latino-americanos à resistência atual. A banda utiliza imagens fortes de opressão e violência para denunciar a continuidade dessas injustiças. O verso “since 1516 minds attacked and overseen / Now crawl amidst the ruins of this empty dream” (desde 1516, mentes atacadas e vigiadas / Agora rastejam entre as ruínas desse sonho vazio) faz referência ao início da colonização espanhola nas Américas, marcando séculos de exploração. Já a menção ao “spirit of Cuahtemoc alive an untamed” (espírito de Cuauhtémoc vivo e indomado) resgata o último imperador asteca como símbolo de resistência e orgulho indígena, reforçando o elo entre passado e presente.

A letra também aborda episódios como os “Zoot Suit Riots” de 1943, quando jovens mexicano-americanos foram violentamente reprimidos em Los Angeles, evidenciado em “Troops strippin' zoots, shots of red mist / Sailors blood on tha deck” (Tropas arrancando zoot suits, tiros de névoa vermelha / Sangue de marinheiros no convés). Ao citar “Now tha city of angels does the ethnic cleanse” (Agora a cidade dos anjos faz a limpeza étnica), a música denuncia o racismo estrutural e a marginalização das minorias. O refrão “This is for the people of the sun” (Isso é para o povo do sol) é um chamado à resistência dos povos originários, especialmente maias e mexicas, e se conecta à inspiração de Zack de la Rocha após visitar Chiapas e o movimento zapatista, que luta por justiça social e direitos indígenas no México. A repetição de “It's comin' back around again!” (Está voltando de novo!) reforça que a luta é cíclica e a resistência se renova a cada geração, mantendo viva a esperança de transformação social.