Sleep Now In The Fire

Crítica ao poder e à ganância em “Sleep Now In The Fire”

“Sleep Now In The Fire”, do Rage Against The Machine, faz uma crítica contundente à ganância, ao imperialismo e à violência institucionalizada que marcam a história e o presente. Logo no início, versos como “The world is my expense / The cost of my desire” (O mundo é meu gasto / O custo do meu desejo) denunciam a exploração global movida por interesses econômicos e políticos. A música também ironiza o uso da religião como justificativa para dominação, como em “Jesus blessed me with its future / And I protect it with fire” (Jesus me abençoou com seu futuro / E eu o protejo com fogo).

O contexto histórico é reforçado por referências diretas à colonização das Américas (“I am the Nina The Pinta The Santa Maria”), à escravidão (“the noose and the rapist / the fields overseer”), ao uso do agente laranja no Vietnã (“the agents of orange”) e ao bombardeio de Hiroshima (“the priests of Hiroshima”). Esses exemplos mostram como a violência e a opressão se repetem ao longo dos séculos, mudando de forma, mas não de essência. O refrão “Sleep now in the fire” funciona como um alerta irônico: a sociedade permanece passiva enquanto o “fogo” da opressão e da ganância destrói tudo. Já o verso “There is no other pill to take / So swallow the one / That made you ill” (Não há outro remédio para tomar / Então engula aquele / Que te deixou doente) critica a falta de alternativas dentro de um sistema que adoece e aprisiona. O videoclipe, gravado em frente à Bolsa de Valores de Nova York, reforça a crítica à idolatria do dinheiro e à indiferença das instituições financeiras diante do sofrimento humano. A música canaliza indignação e convoca o ouvinte a reconhecer e enfrentar as estruturas de poder que perpetuam a injustiça.