Wake Up

Denúncia política e resistência em “Wake Up” do Rage Against The Machine

Em “Wake Up”, do Rage Against The Machine, a banda faz uma denúncia direta ao racismo sistêmico e à repressão política nos Estados Unidos. A letra menciona explicitamente J. Edgar Hoover como “body remover” (removedor de corpos) e cita um memorando real do FBI, mostrando que a música vai além da crítica genérica: ela expõe como o governo dos EUA atuou deliberadamente para suprimir movimentos negros e eliminar líderes como Martin Luther King Jr. e Malcolm X. Trechos como “You know they went after King when he spoke out on Vietnam... and then came the shot” (Você sabe que eles foram atrás do King quando ele se manifestou sobre o Vietnã... e então veio o tiro) e “Ya know they murdered X and tried to blame it on Islam” (Você sabe que eles mataram X e tentaram culpar o Islã) conectam fatos históricos à letra, acusando as instituições de manipular narrativas e eliminar vozes dissidentes para manter o status quo. Isso reforça a ideia de que a repressão é uma política de Estado, não um caso isolado.

O refrão repetido “Wake up!” serve como um chamado urgente à consciência e à ação, refletindo o tom contestador da banda. A referência ao discurso de Martin Luther King Jr. — “How long? Not long, 'cause what you reap is what you sow!” (Quanto tempo? Não muito, porque você colhe o que planta!) — reforça a mensagem de justiça inevitável e convoca o ouvinte a não ser indiferente diante das injustiças. Metáforas como “blood still flows in the gutter” (o sangue ainda corre na sarjeta) e imagens de luta, como “fist in the air, in the land of hypocrisy” (punho erguido, na terra da hipocrisia), intensificam a crítica ao sistema e à hipocrisia institucional, transformando a música em um manifesto contra a opressão e um convite à resistência coletiva.