Rap Do Silva

A invisibilidade social em “Rap Do Silva” e o cotidiano periférico

Em “Rap Do Silva”, do Rap Brasil, a repetição do verso “era só mais um Silva que a estrela não brilha” destaca a invisibilidade social vivida por moradores das periferias. O uso do sobrenome “Silva” simboliza o anonimato de pessoas que, apesar de serem trabalhadores e pais de família, acabam reduzidas a números nas estatísticas da violência urbana. A música mostra como histórias de vida importantes são ignoradas, mesmo quando envolvem pessoas que cumprem seus deveres e buscam lazer simples, como ir a um baile funk.

A letra detalha a rotina do personagem – jogar futebol, levar uma rosa para a irmã, prometer voltar para o almoço – para humanizá-lo e combater o preconceito contra funkeiros, mostrando que eles também são cidadãos responsáveis. O trecho “outros o criticavam porque ele era funkeiro” evidencia o estigma social ligado ao funk, enquanto “o funk não é modismo, é uma necessidade, é pra calar os gemidos que existem nessa cidade” ressalta o papel do gênero como forma de expressão e alívio para as dores das comunidades. O final trágico, com o assassinato sem motivo, denuncia a banalização da violência e a falta de justiça para tantas mortes nas periferias, tornando a música um retrato direto e doloroso da realidade de muitos brasileiros.