Body Dysmorphia.

Vulnerabilidade e saúde mental em "Body Dysmorphia" de RAYE

Em "Body Dysmorphia", RAYE expõe de forma direta e sensível os desafios de viver com dismorfia corporal. A artista descreve medidas extremas para esconder seu corpo, como no verso “I wear three corsets underneath / XL T-shirts, baggy jeans, so I don't have to stress about it” (Eu uso três espartilhos por baixo / Camisetas extra grandes, jeans largos, assim não preciso me preocupar com isso). Esse trecho reflete relatos pessoais de RAYE sobre como tentava ocultar suas inseguranças, evidenciando o peso dos padrões de beleza impostos socialmente e o impacto psicológico dessas pressões.

A música também aborda o uso de mecanismos de enfrentamento, como o consumo diário de maconha, citado em “Marijuana every day, so I cannot obsess about it” (Maconha todo dia, para não ficar obcecada com isso), mostrando como a ansiedade e a obsessão com a autoimagem podem levar a comportamentos autodestrutivos. Versos como “I don't even want to take it off for you so turn the lights off” (Nem quero tirar para você, então apague as luzes) e “I wanna cut pieces off, looking at the mirror / Want to take a pair of scissors, sadly, dear” (Quero cortar pedaços, olhando no espelho / Quero pegar uma tesoura, infelizmente, querido) revelam o ciclo de autodepreciação, isolamento e pensamentos autocríticos intensos. Ao final, a frase “I hope I'll be pretty when I grow up, or I think I'll be sad” (Espero ser bonita quando crescer, ou acho que vou ficar triste) sintetiza a esperança e o medo que acompanham quem convive com a dismorfia corporal. RAYE transforma sua experiência pessoal em um relato honesto sobre saúde mental, incentivando a empatia e o diálogo sobre um tema ainda cercado de tabu.