Genesis.

Vulnerabilidade e esperança em "Genesis." de RAYE

Em "Genesis.", RAYE expõe de forma direta a pressão das redes sociais e a busca por validação, especialmente ao afirmar: “My self-esteem is Facetune and ring lights / My ego is conquerin' new heights” (Minha autoestima é Facetune e luzes de ring light / Meu ego está alcançando novos patamares). Esse trecho evidencia como a artista lida com questões de autoimagem distorcida e ansiedade, temas que ela mesma destacou como centrais na canção. A referência ao Livro do Gênesis, principalmente ao verso “Let there be light” (Que haja luz), funciona como um pedido de recomeço e esperança diante da escuridão emocional, reforçando a ideia de que a música é tanto uma oração quanto um pedido de socorro, como RAYE já declarou.

A letra alterna entre relatos pessoais de depressão, solidão e autossabotagem — “I don't wanna be alive, but I don't wanna die / A fistful of pills and rivers in my eyes” (Não quero estar viva, mas não quero morrer / Um punhado de comprimidos e rios nos meus olhos) — e críticas sociais, como a menção à amiga que tirou a própria vida e à desilusão política: “Fake democracy, killin' overseas / Killin' ourselves, suicide / Government lies, discrimination” (Democracia falsa, matando no exterior / Matando a nós mesmos, suicídio / Mentiras do governo, discriminação). O refrão “Let there be light” se repete como um mantra, simbolizando a busca por esperança e sentido. No final, RAYE amplia a mensagem ao incluir trabalhadores essenciais e mães solo, demonstrando empatia e solidariedade com todos que enfrentam dificuldades, e reforçando que todos, em algum momento, precisam de luz para atravessar a escuridão.