Ni Una Menos

A Luta e a Resistência Feminina em 'Ni Una Menos' de Rebeca Lane

A música 'Ni Una Menos' de Rebeca Lane é um poderoso manifesto contra a violência de gênero e a opressão das mulheres, especialmente na América Latina. A letra começa com a artista expressando seu desejo de escrever sobre coisas doces, mas a realidade brutal da violência contra as mulheres a obriga a escolher a raiva como forma de expressão. Lane menciona estatísticas alarmantes de feminicídios e estupros, destacando a gravidade da situação em seu país, Guatemala, e ampliando essa realidade para toda a região.

Rebeca Lane não se apresenta como uma pacifista; ao contrário, ela se posiciona como uma mulher que usa a agressividade como forma de autodefesa. A artista denuncia a falta de privilégios e proteção que as mulheres enfrentam nas ruas, onde são vistas como alvos fáceis. Ela se identifica com a cor negra de sua bandeira, simbolizando a resistência e a coragem herdadas de suas ancestrais, que também sofreram violência e opressão. Lane narra histórias pessoais e coletivas de abuso, abandono e violência, mostrando que essas experiências são comuns e compartilhadas por muitas mulheres.

A música também critica a hipocrisia e a condescendência de homens que, a partir de suas posições de privilégio, tentam educar as mulheres sobre suas próprias experiências. Lane rejeita essa postura e reafirma a força e a união das mulheres na luta por seus direitos. O refrão 'Ni Una Menos' é um grito de guerra que ecoa em toda a América Latina, clamando pelo fim da violência de gênero e pela sobrevivência das mulheres. A música termina com uma declaração de resistência e autodefesa, enfatizando que as mulheres não são mais indefesas e estão prontas para lutar por suas vidas e dignidade.