Liberation Frequency

Liberdade e resistência midiática em “Liberation Frequency”

Em “Liberation Frequency”, a banda Refused faz uma crítica direta ao controle das mídias tradicionais e à exclusão de vozes alternativas. A repetição do verso “We want the airwaves back” (“Queremos as ondas de rádio de volta”) não é apenas um pedido por espaço, mas uma exigência de autonomia sobre os meios de comunicação. O trecho “We don't just want airtime, we want all the time all of the time” (“Não queremos só um tempo no ar, queremos todo o tempo, o tempo todo”) reforça a ideia de que não basta ter momentos pontuais de expressão: é preciso romper com o monopólio midiático e democratizar o acesso à informação e à cultura.

A música também questiona a autenticidade das mensagens transmitidas, como em “What frequency are you getting? Is it noise or sweet, sweet music?” (“Qual frequência você está recebendo? É ruído ou música doce, doce?”). Aqui, “frequency” funciona tanto no sentido literal das ondas de rádio quanto como metáfora para a sintonia ideológica, perguntando se estamos ouvindo sons de libertação ou apenas mais do mesmo, como em “Could it be the sounds of liberation or just the image of detention?” (“Podem ser sons de libertação ou só a imagem da detenção?”). O contexto do álbum, que propõe romper com padrões do punk/hardcore, reforça o tom contestador da faixa. Assim, “Liberation Frequency” se apresenta como um manifesto pela liberdade de expressão e contra a homogeneização cultural imposta pelos grandes veículos de mídia.