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Todo Mundo Menos Eu

Renato Jaguarão

Chegou um dia no pago mui perfumada e faceira
Morena meiga e trigueira, mais linda do que uma flor
Prenda desta que ao vê-la por mais taura que se seja
Até a alma fraqueja e mata a gente de amor!
E foi um Deus nos acuda a indiada se alvoroçou
Até um velho que a olhou de amores enlouqueceu
Todo mundo andava louco e o seu amor implorava!
Todo mundo a disputava, todo mundo menos eu!

Quando passava a catita num meneio encantador
O índio mais peleador gemia de amor contido
Se ela lhe dava um riso aquele nunca esquecia!
E a todo mundo dizia que estava de amor perdido!
Perdido viviam todos por tal encanto brejeiro
Cada qual era o primeiro querer um sorriso seu
As vezes por desconfiança muito índio se atracava
E todo mundo peleava, todo mundo menos eu

Era uma flor atrevida capaz de matar de amor!
Seu olhar tinha um ardor que queimava o coração!
Por mais duro que se fosse ao vê-la, a gente tremia
E todo o pago sofria as dores duma paixão
Se acaso ia num baile, havia, certo peleia
E quanto a pendenga feia, e quanto cuera morreu!
Pois na hora de uma dança a indiada se atropelava
E todo mundo dançava todo mundo, menos eu!

Um dia o patrão da estância a levou para um ranchito
Nunca mais viveu solito, pois em grande romaria
Gaúchos, velhos e moços, não contendo seus amores
Iam lá lhe levar flores e outros mimos todo dia!
Enfeitavam aquele pouso de ramos verdes plantados
Como brinde disfarçados ao novo lar que nasceu!
Mas na verdade queriam vê-la cada vez mais bela
Todo mundo era dela, todo mundo menos eu!

E assim gozando aventura, rainha dona de tudo
Aquele olhar de veludo trouxe tristeza para o pago
Tristeza talvez ventura, pois até valia a pena
Sofrer por uma morena na esperança de um afago!
Um dia porem a diaba se alçou assim num repente
Ah, meu Deus aquela gente parece que enlouqueceu!
Muito índio se matou de tanto, tanto que amava
Todo mundo chorava, todo mundo menos eu

Mas o tempo esse tirano que destrói até memória
Foi apagando da história aquele caso de amor!
Voltou a paz no rincão, o riso de novo impera
No rancho, hoje tapera, ninguém mais planta uma flor!
Seu vulto ninguém recorda e dela ninguém mais fala
Se alguém lembra logo cala, provando que já esqueceu!
Pois a linda flor trigueira que eu nunca vira tão bela!
E todo mundo esqueceu dela, todo mundo menos eu!

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