O Sacrifício
Rhaissa Bittar
Onde se vê aquela torre, havia uma casa vazia
Foi lá que eu tombei quando tentei salvar a minha pretinha
Digo pretinha mas ela era bem mais alta que eu
Um pobre pangaré metido a puro sangue, deu no que deu
Vendo tudo em preto e branco, eu ou ela, não vacilei
Por cima de quem quer que fosse eu passaria, até de um rei
Dei um pinote, arranhei os cascos no lagedo e me pus
Na frente da minha dama, feito um bravo e destemido andaluz
Ninguém encostaria um dedo na minha rainha de ipê
Morreria se preciso fosse só pra ela viver
O mundo desabou em mim, enfim, me pôs fora de combate
Mas meu sacrifício foi o início de um belo xeque-mate
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