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Seu Timiano

Ricardo Bergha

Letra

    Seu Timiano encilha um mouro
    Num galpão costa de mato
    E canta meio abstrato
    Uma valsi knha do Mendes
    Enquanto o laço se prende
    No aperto firme dos tento
    A fumaça encontra o vento
    Vem do palheiro entre os dentes

    Uma mão pelo cabresto
    Na outra o último mate
    Cuidando do arremate
    Do sol batendo na geada
    A flor d’água congelada
    Numa pocita barrenta
    E a gralha meio alarmenta
    Num Pinheiro empoleirada

    Salta pra cima e se vai
    No trono de um cochonilho
    Num dia de pouco brilho
    Entanguido e quase feio
    Estala a braça do reio
    Prum cusco que se amola
    Do pala ergue a gola
    Frouxa rédea pra o rodeio

    Tem vaca escondendo cria
    Nas macega da invernada
    E a cura da terneirada
    Se faz na ponta da trança
    Cruz credo nunca se amansa
    A vacagem do patrão
    Aqui capataz é peão
    Não floxa e as vezes cansa

    Na serra que se criou
    Nasceu aqui no Perau
    Entre mato e pedregal
    Conhece banhado e grota
    Já varou o Rio Pelota
    Com uma tropa de mula
    Há tempos, inda era fula
    Tropear a troco de nota

    Tem um couro de urutu
    Na volta do chapéu preto
    Da história que conta ao neto
    Do bote que se escapou
    Homem que a vida moldou
    Na estampa o negro Timiano
    Mais um gaúcho serrano
    Que o tempo enraizou


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