The Journey

Em busca do centro em “The Journey”, de Rick Wakeman

Como abertura do álbum-conceito de Rick Wakeman inspirado em Viagem ao Centro da Terra, “The Journey” introduz cenário, objetivo e tom épico. A narrativa soa como o diário de um dos três exploradores de Verne — provavelmente Axel — que parte da Europa rumo à Islândia “By horse, by rail, by land, by sea” (a cavalo, de trem, por terra, por mar) para descer “Into the crater of volcanic rock they went” (eles entraram na cratera de rocha vulcânica). O impulso vem do registro de um pioneiro: “Two men incensed by one man’s journey from the past” (dois homens inflamados pela jornada de um homem do passado). A coesão do trio aparece em “Roped as one for safety” (atados como um só para segurança) e na ideia de guia e propósito comum em “one star for us to share” (uma estrela para compartilharmos). Há também um componente espiritual: “We continue on my prayer” (seguimos com minha oração) sugere que, além de ciência e mapas, a fé sustenta a travessia.

As imagens reforçam a dimensão interna da jornada: “Crystals of opaque quartz... magic chandeliers” (cristais de quartzo opaco... lustres mágicos) transformam galerias ásperas em salões quase sacros, como se cada achado iluminasse dúvidas e fortalecesse o foco. A fusão de rock progressivo com orquestra e coro, registrada ao vivo, amplia o senso de grandeza e risco, espelhando assombro, temor controlado e determinação. Assim, a viagem física ao centro da Terra funciona também como busca por sentido, coesão e luz interior, com cada detalhe musical e textual pontuando o equilíbrio entre curiosidade científica, coragem e confiança mútua.