Bem-Me-Quer

Desejo e liberdade feminina em "Bem-Me-Quer" de Rita Lee

"Bem-Me-Quer", de Rita Lee, se destaca pelo uso criativo de nomes de flores e expressões com duplo sentido para abordar temas como desejo, liberdade e as contradições dos relacionamentos. Rita brinca com imagens como a "maria-sem-vergonha" e se autodenomina uma "praga" no jardim do outro, trazendo um tom irreverente e ousado. Essas escolhas desafiam padrões tradicionais de comportamento feminino e exploram a tensão entre submissão e autonomia na relação a dois.

A letra retrata um casal que vive entre extremos, alternando entre amor e ódio, ciúme e admiração, desejo e provocação. Trechos como “Diga que me odeia, mas diga que não vive sem mim” e “Eu topo tudo, sou flor que se cheire em qualquer lugar” reforçam essa mistura de paixão intensa e rebeldia. O refrão “bem-me-quer, mal-me-quer” faz referência ao jogo infantil que simboliza a incerteza dos sentimentos amorosos. Com um tom leve e divertido, aliado à energia do rock, Rita Lee transforma essas contradições em uma celebração do amor caótico, prazeroso e livre.