
Vírus do Amor
Rita Lee
O impacto do HIV em “Vírus do Amor”, de Rita Lee
Em “Vírus do Amor”, Rita Lee utiliza ironia e metáforas para retratar o clima de medo e incerteza causado pela epidemia de HIV/AIDS nos anos 1980. Ao chamar casais de “turistas de guerra” no Ibirapuera, ela transforma o parque, símbolo de lazer em São Paulo, em um cenário de sobrevivência e luto. O verso “restos mortais do Ibirapuera” ganha ainda mais significado quando lembramos que Rita perdeu amigos para a doença, tornando a referência ao parque uma representação da liberdade ameaçada e do sentimento coletivo de perda que marcou a cidade naquele período.
A expressão “vírus do amor” mistura desejo e perigo, refletindo tanto a intensidade da paixão quanto o medo do contágio, em uma época de estigma e desinformação sobre o HIV. O trecho “42 graus de febre contente” brinca com a ideia de um amor ardente, mas também faz alusão ao sintoma físico da doença, reforçando o duplo sentido entre prazer e risco. Rita também subverte a linguagem de guerra em versos como “Você é toda a minha munição / Não negue fogo pro meu coração machucadinho”, mostrando como as relações afetivas podem ser marcadas pela vulnerabilidade. O termo “cambalache” (bagunça, confusão) reforça a sensação de um mundo desordenado, onde paixão e tragédia se misturam. Ao revisitar a música durante a pandemia de COVID-19, Rita Lee destacou que, mesmo diante do medo, o amor continua sendo uma força vital, apesar dos riscos envolvidos.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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