Arrombou a Mídia

Crítica à cultura midiática em “Arrombou a Mídia” de Rita Lee

Em “Arrombou a Mídia”, Rita Lee faz uma crítica direta e bem-humorada à superficialidade e à manipulação presentes na mídia brasileira dos anos 2000, especialmente na televisão e no rádio. A artista atualiza a abordagem já vista em “Arrombou a Festa”, misturando referências a programas, revistas e personalidades reais com expressões populares e bordões televisivos. Essa colagem de elementos evidencia tanto o poder quanto o absurdo do universo midiático. Ao citar frases como “isto é uma vergonha!” e “eu aumento mas não invento!”, Rita ironiza apresentadores sensacionalistas e a cultura do espetáculo, mostrando como tragédias e escândalos são transformados em entretenimento.

A letra também critica o consumismo e a busca por fama, como em “Fama Brother fraude no Limite do milhão” e “Programas de barraco, pegadinhas, que armação!”, satirizando reality shows e a exposição midiática de celebridades. O verso “Nossa Faixa de Gaza é na Cidade de Deus...” faz um paralelo entre conflitos internacionais e a violência urbana brasileira, criticando a espetacularização da violência nos noticiários. Rita ainda denuncia a hipocrisia e a manipulação dos veículos de comunicação, como em “Editatoriais são pura megalomania / Manipulando minha vida todo santo dia”, e ironiza sua própria participação na mídia ao mencionar o programa “Saia Justa” com “É isso que dá juntar mulher de Saia Justa...”. O tom ácido e irreverente reforça a postura crítica de Rita Lee, que usa o humor para questionar padrões e denunciar comportamentos da indústria cultural.